Hospital de Transição: a finalização da jornada do paciente

Por Dr. Roberto Schoueri Jr, diretor do hospital REGER

Quando um paciente enfrenta uma condição médica ou cirúrgica significativa, é crucial garantir que receba os cuidados adequados durante o período de recuperação. A cirurgia não termina ao suturar, a septicemia não termina no último dia de antibiótico. Há um período de recuperação de forças, de retomada de funcionalidade, de adaptação a uma nova condição física ou mental; há uma nova dinâmica familiar. Enfim, há uma transição entre a situação vivida antes da doença e a recuperação conseguida pelo hospital geral e a nova situação a ser vivida em casa. Este é um momento delicado em que a atenção especializada e focada na reabilitação se torna fundamental.

Neste cenário, hospitais de transição emergem como uma solução essencial ao proporcionar ao paciente uma equipe especializada e um ambiente dedicado à recuperação e preparação do paciente para retomar a melhor condição de saúde possível. Desempenham um papel fundamental no sistema de saúde, aliviando a carga dos hospitais gerais, vocacionados para o cuidado de casos agudos e de alta complexidade. Ao oferecer uma estrutura especializada para a recuperação, os hospitais de transição liberam leitos para os pacientes que de fato se beneficiam da internação nos hospitais gerais. Eles contribuem significativamente na diminuição do risco de complicações relacionadas à assistência e diminuem as reinternações, melhorando os resultados clínicos e reduzindo os custos associados à saúde.

Na transição de cuidados do Hospital REGER por exemplo, os pacientes recebem cuidados especializados de equipes multidisciplinares, formadas por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, dentistas, assistentes sociais e demais profissionais que compõem a equipe em casos pontuais. Estas equipes trabalham em conjunto e, de maneira interdisciplinar, constroem planos de tratamento personalizados, adaptados às necessidades de cada paciente. O objetivo é desmamar dispositivos (respiradores, traqueostomias, sondas, cateteres) restaurar a capacidade respiratória, habilidades motoras, cognitivas e de comunicação dos pacientes, preparando-os para uma alta segura e para o retorno ao ambiente doméstico, ainda que seja necessária uma assistência do home-care.

A transição de cuidados do Hospital REGER busca identificar os riscos, instituir medidas de prevenção e cuidados para evitar complicações. A equipe é dedicada e sabe que o sucesso da transição também depende da realização de treinamentos, orientações à família e cuidadores dos pacientes para garantir que a rotina de cuidados instituídas no Hospital REGER sejam mantidas em casa pós alta hospitalar. Além de todo suporte de treinamento, a equipe também faz avaliação do ambiente domiciliar e orientações à família quanto a adaptações ou modificações do ambiente necessárias para que os pacientes tenham os recursos necessários para se manterem saudáveis e seguros em casa.
Durante todo o período de recuperação, os pacientes são monitorados de perto para garantir que estejam progredindo conforme o esperado e para detectar quaisquer complicações precocemente. Esse monitoramento contínuo da saúde dos pacientes é essencial para garantir uma recuperação segura e eficaz.

Outro papel interessante de hospitais de transição é o tratamento paliativo, no qual importa muito mais a qualidade da assistência multidisciplinar do que a alta tecnologia. Para pacientes em final de vida, o hospital de transição será o equipamento de saúde mais adequado para alcançar o conforto necessário, seja para retornar à sua casa, seja para um suporte na terminalidade de vida.

Enfim, falamos aqui de situações muito comuns para quem trabalha em hospitais gerais e alertamos para a importância da continuidade do tratamento em um ambiente adequado, que proporciona mais eficiência e mais qualidade à jornada do paciente.